2006/12/14

Villa Romana de Santo André

Em 1905 foram descobertas ruínas de edificações antigas e de um mosaico romano polícromo, aquando da abertura da estrada que liga Almoçageme ao Rodízio. Apesar da importância da descoberta, foi apenas em 1985 que se iniciou a exploração metódica do local sob o financiamento da Câmara Municipal de Sintra, que adquiriu os terrenos onde a villa está inserida.
A villa de Sto. André de Almoçageme, datada entre finais do século III e finais do século IV d.C., é uma das maiores que se conhecem, e além dos terrenos agrícolas, incluía um vasto conjunto de edifícios, que vão desde a residência do proprietário e o alojamento do trabalhadores, aos balneários e outras dependências ligadas à actividade agrícola, como lagares, armazéns, celeiros, estábulos e ainda uma olaria.
De entre o espólio descoberto, e cuja maior parte se pode visitar no Museu Regional de Sintra, destaca-se uma sepultura infantil, com cerca de 65 cm por 20 cm, e diferentes artefactos de cerâmica possivelmente produzidos na olaria local. Foram também encontrados alguns fragmentos de rara cerâmica importada de Bizâncio destinada ao transporte do vinho carismático utilizado no sacramento da Eucaristia. São ainda dignos de nota diferentes objectos de adorno – contas de vidro, um anel, alfinetes em osso, moedas do séc. II e III, um almofariz em calcário e um conjunto de mosaicos policromos, com uma decoração constituída principalmente por motivos geométicos, flores estilizadas, lágrimas e tranças, e que constitui o maior conjunto de "tapetes de pedra" de toda a região de Lisboa.Como o local ainda não foi totalmente explorado é bem provável que este espólio seja ainda consideravelmente enriquecido.
A villa de Stº André Almoçageme está classificada como IIP por Desp. do Ministro da Cultura de 7 de Março de 1996.
Hoje, o terreno encontra-se totalmente coberto de mato e ninguém imagina o valor histórico que ali está depositado.
Susana

3 comentários:

Anónimo disse...

Parece que uma, ou mais fracções de terreno, onde foram descobertos os achados arqueológicos e a Villa Romana, pertencem a alguém que julgou ter encontrado também ele "uma galinha de ovos de ouro"... e vai de "avaliar" o terreno a preços milionários. Claro que a Câmara não lhe pegou, o terreno está lá, à espera da última moda como o Bocage, nem a venda/compra avança, nem a Villa Romana estará alguma vez a modos de ser apreciada. É melhor assim, está tudo num autêntico matagal !
E depois se houver expropriação, aqui del-rei que o terreno vale muito !

Anónimo disse...

Talvez venham dizer que assim não há o perigo de estragarem as coisas, mas isto só podia acontecer num país como o nosso.

Graça disse...

Como posso obter uma foto do anel que é referido no texto?

Obrigada,

Graça