2009/04/10

Tradições da Nossa Terra

Como é tradição mas já sem o fulgor de outros tempos, alguns resistentes ainda se deslocaram à nossa costa para apanhar mexilhão.
É hábito na nossa terra, sexta-feira santa comer-se mexilhão ao natural ou de cebolada.
Aqui ficam duas sugestões para a sua confecção:

Mexilhão de Caldeirada

Lavam-se muito bem os mexilhões e põem-se num tacho ao lume, com água quente para abrirem. Depois limpam-se das algas e tiram-se os mariscos de dentro das cascas.
Leva-se ao lume um pouco de azeite, bastantes rodas de cebola, pimenta, sal um pouco de vinagre e um ramo de salsa.
Quando a cebola estiver loira , junta-se massa de tomate, desfeita na água em que foram cozidos os mexilhões, deitam-se estes e um pouco da mesma água e deixa-se ferver tudo, deitando-se mais água a pouco e pouco até apurar a caldeirada.

Mexilhão à Gloria (escabeche)

Limpam-se os mexilhões e põem-se dentro de uma panela sobre um fundo falso crivado, por baixo do qual se deita água. Põe-se a panela ao lume e tapa-se.
O calor produzido pelo vapor da água, do fundo da panela, faz abrir os mexilhões, os quais se retiram da panela da panela, despejando nela a água que eles contêm.
Tira-se a parte carnuda dos mexilhões e depois de limpos perfeitamente das areias, espantam-se em palitos grandes, cada um dos quais pode receber vários mexilhões.
Em seguida, põe-se ao lume azeite fino, e quando ferver deitam-se-lhe para dentro os palitos para fregir as espetadas, as quais depois de fritas se deitam em bom vinagre, diluído com mais ou menos mais água, segundo a maior ou menor duração que deva ter o escabeche.
A este vinagre junta-se pimenta em pó alguns dentes de alho descascados e um pouco de açafrão, o qual comunica ao molho uma cor amarela.
Quando se serve o mexilhão de escabeche, usa-se juntar-lhe um ramo de salsa.
A água que fica na panela pode ser aproveitada para arroz de mexilhão.

Nota
O mexilhão é um molusco marinho bivalve de valvas ou conchas muito escuras com laivos azuis e pretos, que abundam nas costas de Portugal. Prendem-se às rochas e os cascos dos navios que estacionam por muito tempo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ena sr. Vitalino! isto é uma autentica lição de gastronimia, com todos os matadores
Zeca

Anónimo disse...

Mas que beleza...
Até dá gosto ter um homem assim.
Derléia.

Anónimo disse...

À anos que procuro uma belazura assim meninas...
Márcia - São paulo