2014/10/31

Dia de Todos os Santos

E porque amanhã é dia de Todos os Santos publico este belo escrito do meu amigo Alfredo Maioto, que servirá para reflectir.


TEMPO DE SENTIR
- Aqui sentimos-nos pequenos, insignificantes. Acredito que seja da magia do lugar.
Nem sequer olhou para mim ao pronunciar esta frase, dizendo--a como se estivesse soltando um monólogo e sabendo de antemão da minha concordância. Andámos juntos no liceu Alexandre Herculano, sempre fomos amigos e, apesar de cada um ter seguido seu curso de vida, a amizade manteve-se intacta ao longo do tempo. Agora ali estávamos nós, pairando no ar uma leve ameaça de chuva, o cemitério cheio de pessoas que ali foram colocar flores nas campas dos seus familiares e chorar, porventura, saudades.
- Conheces essa sensação estranha de não gostares de uma coisa mas achares que precisas dela? - Não espera resposta, eu também não respondo. E continua:
- É o que se passa comigo: não quero vir, mas venho. E depois, quando aqui estou, sou acometido por uma saudade súbita e melancólica. Aqui possuo uma tranquilidade que não encontro em lado algum, como que uma tomada de consciência da nossa fragilidade humana. Sabes, Zé, aqui sinto que a vida deve ser vivida com o coração – e a minha há muito deixou de ser!
Olha para mim fugazmente, numa demonstração clara de que o pensamento não acabou, os olhos perdidos na campa de sua mãe. Adivinho que o meu amigo Sérgio precisa de falar, e por isso nada digo. Calo minhas próprias mágoas e torno-me ouvinte.
- Tenho muitas saudades de minha mãe. Lembras-te dela? – Aponta lápide de mármore simples contendo a foto da mãe. Se me lembro dela? Era Dezembro e chovia muito. Vindo da escola refugiei-me em sua casa à espera que a chuva passasse. Dona Elvira, a mãe, ao ver as minhas calças molhadas e minha cara de frio, saiu sem nada dizer mas momentos depois chegou com uma chávena de cacau fumegante e o seu sorriso largo sempre em seu rosto. Por brincadeira eu tratava-a por mãe Sorriso numa analogia a uma canção muito em voga na época. Aquela foi a chávena de cacau mais terna provada em toda minha vida! Era sempre assim, aquela senhora. Como a poderia esquecer? Respondi ao Sérgio que não a esqueci, não. Pelo contrário, lembrava-me perfeitamente dela. Ele acenou com a cabeça num agradecimento mudo.
Ao fundo várias pessoas começaram a rezar o terço baixinho. A tarde ia caindo.
- Curioso, Zé! A gente sabe que um dia vamos perder quem amamos, isso é mais que certo, mas só quando essa pessoa parte é que nos apercebemos da sua importância em nossa vida. Devíamos amar mais, amar com o coração! E tu, há quanto tempo perdeste a tua?
A pergunta não me seduz. Não quero agora sentir memorias. Essas prefiro tê-las sozinho quando o silêncio me permite mergulhar com ternura na saudade. Em frase curta e rápida, no intuito de evitar a continuação do tema, digo que vai fazer nove anos dentro de dias. E então estremeço. Já nove anos! Tudo tão rápido! Mas como passou tanto tempo se o acontecimento se mantém tão vivo como se tudo tivesse sido ontem, ao ponto de me revelar pormenores tão ínfimos e reactivando as dores do Inverno mais triste de todos os Invernos? Disfarço a emoção olhando para o lado na vã tentativa de procurar alguém. Ele repara, mas nada diz. Aproxima-se mais de mim, quase sinto sua respiração.
- Já não sei rezar, Zé. – A voz sai cavernosa, envergonhada- Esqueci quase tudo do que aprendemos na catequese, perdendo-me na vida sem me dar conta. Más companhias, revolta com a vida, um divorcio a complicar, dois filhos que amo…
Alguém coloca flores na campa ao lado. Mais longe o choro de alguém que se sobrepõe ao piar dum pássaro. Agora a chuva cai mansamente e abro o guarda-chuva abrigando também o meu amigo.
- Obrigado. – Olha para mim, e vejo então uns olhos enormemente tristes. Amigável mas firme põe a mão na minha e olha-me directamente, no olhar escrita uma funda súplica.
- Zé, eu queria rezar uma Ave-Maria mas não sei. Só sei o começo, alguma palavra do meio e pouco mais. Eu quero rezar. Me ensina a rezar, Zé!
Esforçava-se por conter uma lágrima que ameaçava deslizar pelo rosto a qualquer momento. Então naquele instante, em vez do homem desencontrado com seu próprio destino, cheio de amarguras e cansaços, vi o meu colega de carteira na escola, sorridente e brincalhão, a quem eu ajudava em Português e História, mas que ele retribuía fazendo por mim os meus trabalhos de desenho. Abraçamo-nos em silêncio. A chuva tinha parado de novo. E bem juntos, devido à chuva e à emoção, indiferentes a tudo e todos quantos estavam no cemitério, rezámos emocionados muitas Ave-Marias e muitos Pai Nossos…
Alfredo Maioto


Comunicado à População da Praia das Maçãs

COMUNICADO À POPULAÇÃO DA PRAIA DAS MAÇÃS


Boa noite caros amigos da Praia das Maçãs.
Só hoje fui alertado para os comentários que se têm feito não só à Comissão organizadora da Procissão como à camara Municipal e Junta de Freguesia quanto aos buracos na calçada na Avenida de Nossa Senhora da Praia.
Como membro da Comissão organizadora da Procissão tratei pessoalmente junto da CMS para deixar a calçada como estava antes da colocação das bandeiras. Os mastros foram retirados, os buracos tapados e as pedras da calçada colocada cerca de 4 dias após o Domingo da festa. Nem a comissão, nem a CMS, nem a Junta de Freguesia tem culpa que a EDP tenha feito este serviço e deixado a calçada no estado lastimoso em que deixou. Todos aqueles que deixaram o seu like e comentário ao texto do Senhor Jorge Casanova deveriam ter reparado que este serviço foi feito há cerca de 2 semanas, ou seja muito depois da retirada dos mastros de bandeira que enfeitaram a Praia no dia da sua festa.
Aceitamos todas as Criticas construtivas que possam ajudar a melhorar a nossa Vila da Praia das Maçãs, já não aceitamos comentários destrutivos de inverdades que nada acrescentam.
A culpa é da EDP que fez um mau trabalho, nem nós, nem a CMS nem a Junta foram ouvidos ou achados para este mau serviço. Uma noa noite para todos.
Nuno Gaspar


Hambúrguer da União Mucifalense

Há já algum tempo que a minha colega Susana me anda a dizer para irmos comer um hambúrguer ao Bar da União Mucifalense, porque são muito bons.  
Ontem à hora do almoço resolvemos ir comer o tão falado hambúrguer.

Carne bem confecionada e saborosa
Para além da carne, conteúdo delicioso
Batatas fritas na hora
Bom preço
Nota 9


2014/10/30

A Garça Colarense

A Garça Colarense
A célebre garça que tanto tem aterrorizado tanques e chafarizes da freguesia onde há peixes, resolveu invadir o habitat dos patos da Várzea Colares.
Os patos por sua vez, parece que não se incomodaram muito e lá vivem em perfeita união de habitação.

  

2014/10/29

União Mucifalense - Comunicado


Núcleo Sportinguista de Almoçageme

É já no Próximo dia 9 de Novembro que a Família Sportinguista se vai reunir para comemorar o 22º. Aniversário do
Núcleo Sportinguista de Almoçageme


2014/10/23

B.V.Colares / Caminhada

 A Secção Desportiva dos Bombeiros Voluntários de Colares organizou no passado dia 19 do corrente mês, uma caminhada com a distância de 10km.
Com um excelente dia para a prática da modalidade, tudo correu pelo melhor.
À chegada embora cansados, era bem visível nos rostos dos participantes a boa disposição e alegria.
Ficamos a aguardar mais iniciativa dos B.V.Colares.

2014/10/22

Tuna Euterpe União Penedense 89 Anos de Vida


A Tuna Euterpe União Penedense comemorou no passado dia 18 o seu 89º aniversário.
Cerimónia simples mas com muito significado. O Coro da Associação de Reformados do Mucifal associou-se ao evento com uma bela atuação.
Ponto alto da comemoração foi a homenagem que a Tuna e o Povo do Penedo (Aldeia do Espírito Santo assim diz o homenageado) prestaram a Filipe Pinto da Costa.

 

2014/10/21

Exposição Fotográfica sobre o Eléctrico-Associação de Reformados do Mucifal

Integrada nas Comemorações da Inauguração da Sede da Associação de Reformados do Mucifal, estará patente próximos dias 26 de Outubro até 1 de Novembro, uma exposição fotográfica sobre o Eléctrico dos anos 70.


2014/10/15

Tuna Euterpe União Penedense

A Tuna Euterpe União Penedense vai no próximo dia 18 do corrente mês comemorar o seu 89º. Aniversário.
Durante a comemoração será homenageado o grande amigo da terra e da freguesia,
Filipe Pinto da Costa

2014/10/14

Bombeiros V. de Colares - Caminhada

É já no próximo domingo que se realiza a grande Caminhada de 10 Km promovida pelos Bombeiros Voluntários de Colares.
Participa e ajuda os nossos Bombeiros


2014/10/13

Memórias da Guerra Colonial por Alfredo Maioto - SHERAZADE

Memórias da Guerra Colonial
Por Alfredo Maioto



SHERAZADE
Abdul, mais conhecido por Isuzu, aproximou-se e sentando-se desajeitadamente na cadeira perguntou, ansioso:
- Ó Silva, que fazes logo à noite?
A pergunta soou a estupidez! Ora! Que poderia fazer um militar recém-chegado a uma cidade, que por acaso se chamava Chibuto, mas que, na sua pequenez e insignificância, se encontrava completamente perdida no mapa de Moçambique, e para cúmulo sem motivos de atracão noturnos? Ora! Nada, ficar no quartel e deixar simplesmente rolar o tempo. Contudo, farejando pólvora no ar, o Silva, já com os cabeços a funcionar, encolheu os ombros meio indiferente e respondeu que nada. Então o Isuzu encheu o peito de ar, ajeitou os grandes óculos que descaiam segundo a segundo sobre o nariz, e colocando a mão no braço do Silva, disse impetuoso:
- Olha, queres alinhar comigo? Logo vou sair com duas garinas e tu ficavas com uma delas…
Dum sopetão o Silva saltou da cadeira. Os olhos arregalaram-se e o peito tremeu. Uma miúda? Real mesmo? Mas, prudente, teatralizou:
- Ó Isuzu, se precisas da minha ajuda eu alinho – respondeu meio indiferente, refreando o entusiasmo que o dominava. O Isuzu, alcunha proveniente da carrinha de caixa aberta que conduzia, embora pertença do pai, indiano fugido de Goa na década de sessenta, tinha nascido no Chibuto e era conhecedor, portanto, de todos os cantos e pessoas da cidade. Os pais tinham uma loja aberta ao público vendendo fazendas e tecidos importados da India. Então ficou combinado encontrarem-se ambos, ele e o Silva, na Confeitaria Chibuto, às 9 horas.
Mas quinze minutos antes da hora, não fosse o diabo antecipá-las, o Silva estava no local à espera, mas sempre desconfiando lá no íntimo que tudo aquilo mais não fosse que uma partidinha de carnaval… Às 9 menos cinco minutos o Isuzu chegou. Mesmo sem sair do carro chamou-o e o Silva entrou. Mas nada de garinas.
- Ó Isuzu, e as catraias?
- Calma, vamos agora buscá-las.
O Silva suspirou de alívio. Ah! bom, pensei fosse uma peta tua, foi confessando e rindo. O Isuzu correspondeu ao riso e garantiu que não, que iria apresentar-lhe uma mestiça de primeira, pele de ébano, dessas que vão rareando e que ele certeza absoluta não iria esquecer nunca mais. O soldado soltou uma gargalhada e de repente, por artes mágicas, rebentou-lhe na boca uma estranha nascente de água…   
Volvidos poucos minutos a carrinha parou de súbito, e o Silva viu, na esquina da rua, duas miúdas que, encostadas ao muro, esperavam ansiosas por alguém. Saíram ambos, e o Isuzu fez a apresentação.
- Silva, esta é a Sherazade.
O Silva tremeu, e a nascente sentida há instantes rebentou de vez espalhando pelo corpo todo um calor tórrido, infernal… Sem dúvida que o nome correspondia em absoluto à magia das mil e uma noites. Sherazade era linda, como que extraída do sonho, tinha um rosto de boneca e um corpo de criar desejos incessantes. Quando sorria parecia mesmo que as estrelas nasciam em sua boca e naquela boca de lábios redondos e formato de amora apetecia mergulhar e adormecer por tempos de mil e duas noites… A sofreguidão tomou conta dele, e quedou-se admirando em silêncio, estupefacto, aquela pérola.
- Silva, perdeste a língua?                                                                                                   
O Silva estava tonto. Suava. Que beleza, ia falando em solilóquio mas sem lucidez bastante para revelar em voz alta. E, ainda não refeito, apalermado, a frase saiu titubeante e mecânica:
- Muito prazer.
Como a carrinha era de caixa aberta na cabina só cabiam duas pessoas, e por esse facto o Silva e Sherazade tiveram de ir em cima segurando-se ao que podiam para não cair enquanto o Isuzu se escapulia da cidade em direção ao mato.
- Se eu cair tu seguras-me? – Havia uma mistura de ironia e curiosidade na voz dela, logo seguida de uma gargalhada suave enquanto olhava o Silva maliciosamente. Este, valentão, e também para medir o chão que pisava, passou-lhe a mão à volta da cintura e aproximando a boca à sua orelha, baixinho:
- Eu não te deixo cair, não quero te magoes…
Ela sorriu e aproximou-se mais dele. As mãos roçaram levemente. De súbito o Isuzu desviou a carrinha para fora da picada e alguns metros mais à frente parou de vez debaixo de uma árvore frondosa.
- Ficamos aqui, agora vejam lá o que fazem aí em cima! – e riu-se. Sany, a irmã de Sherazade, imitou-o, e o riso de ambos repercutiu-se mato além mas depressa abafado pelas bocas que se colaram. A lua brilhava redonda e bela dentro de um céu recheado de estrelas que faiscavam incessantemente. Por sorte, ou talvez por prevenção do indiano, havia no chão um pano grande desordenadamente enrolado, e que o Silva logo aproveitou para desdobrar e estendendo-o com um sorriso:
- Para ti, minha princesa.
Ela riu alto quase assustando o silêncio da noite. E a seguir enroscou-se nos braços dele.
Estava calor, extremamente quente. O Silva tirou a camisa, precisava de ar e de aspirar bem em sua memória, e no corpo também, o cheiro daquela mestiça tão deslumbrante. Para o Silva aquela seria a noite da sua vida!
O calor asfixiava cada vez mais. Em vez de uma brisa fresca, tão propícia àquele instante, provinha do mato, de todas as latitudes, fornadas de calores incontroláveis cada vez mais irrespiráveis. O peito do Silva estourava querendo rebentar mais mortífero que o canhão sem recuo…
Então de repente o Silva foi projetado para dentro de um vulcão. As lavas queimavam por completo sua pele, e a noite virou dia qual feitiço dos duendes da selva. As estrelas refulgiam no céu como nunca quais fadas madrinha todas vestidas de branco agitando suas varinhas, enquanto meteoros cruzavam os céus em provocações ininterruptas… E Sherazade, a sua Sherazade, tinha umas asas tão brancas tão brancas que quase cegava o feliz soldadinho. O corpo ardia, a alma suspirava em êxtase…
Naquela noite de Novembro, num cantinho qualquer do mato em Moçambique e debaixo de uma árvore frondosa, Sherazade tornou o Silva o homem mais feliz do mundo…

Paredes Coura, 06/10/2014
Alfredo Maioto

PS: Como esta estória vai ser lida por menores, o autor não descreve, como gostaria, a cena do êxtase do soldado Silva nos braços da sua Sherazade…
     

CAMPANHA DE RECOLHA DE ALIMENTOS

CAMPANHA DE RECOLHA DE ALIMENTOS
A partir de hoje dia 13 e até dia 19 do corrente mês, está decorrer na Freguesia de Colares uma “Campanha de Recolha de Alimentos, numa organização do Grupo Intergeracional da Rede social de Colares.


Pontos de Entrega
Casa de Repouso Quinta de Colares
Residência Geriátrica da Praia Grande
Centro Social do Exercito Salvação de Colares
Centro Social Exercito Salvação Praia Das Maçãs
Centro Social e Paroquial de Colares
Associação de Reformados do Mucifal
Associação de Reformados de Almoçageme
Jardim de Infância do Banzão
Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos EPAV

Escola EB 2/3 de Colares - Sarrazola

2014/10/03

Homenagem a José Baeta

Se há homenagens reconhecidas e justas esta é uma delas.
Durante as comemorações do 119º Aniversário dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme, foi homenageado o Sr. José Baeta das Adegas Viúva Gomes em Almoçageme com DIPLOMA DE SÓCIO BENEMÉRITO E PLACA DA AHBVA.
O Sr. José Baeta é o amigo, o vizinho que está logo ali ao lado sempre pronto a ajudar e apoiar os Bombeiros quase incondicionalmente.
São pessoas como o Sr. José Baeta que fazem a diferença na nossa terra, tão carenciada de apoios.
 Bem-haja Sr. José Baeta e que os Bombeiros continuem a beneficiar da sua generosidade.





2014/10/01

Festejos de N.S.da Graça/Almoçageme

É já depois de amanhã que se iniciam os grandes Festejos em Honra de Nossa Senhora da Graça em Almoçageme