2010/06/20

Memórias da Nossa Terra

Em 20 de Junho de 1948, o nº. 751 do Jornal de Sintra publicava o seguinte sobre a nossa Freguesia.

Faleceu há pouco em Lisboa, conforme já aqui se noticiou, o grande pianista, Viana da Mota, génio musical que foi legítimo orgulho do nosso país.
Todos os jornais se referiram ao infausto acontecimento, dando o merecido relevo à invulgar carreira artística do ilustre desaparecido, às suas viagens, aos seus triunfos, ao seu entusiasmo pela música, manifestado logo nos verdes anos.
E Colares apareceu em todas as notícias como sendo a primeira terra onde o mestre residiu ao chegar de A’frica com os seus pais. O que muitos não saberão é qual foi a casa que teve a honra de escutar os primeiros estudos musicais de Viana da Mota, aquela onde seu pai instalara a farmácia que dirigiu e que mais tarde o saudoso e insigne artista veio visitar com a sua família, indicando carinhosamente os mais ínfimos pormenores, conservados com fidelidade na sua prodigiosa memória.
Fica a casa a meio da Rua da República, teve em tempos o nº.38, e nela residiu muitos anos o venerado José Maria de Oliveira, sendo hoje pertença do sr. Matias Corvo.
Muito bem ficaria aos Colarenses mandar colocar nesse prédio uma simples lápide comemorativa da passagem de Viana da Mota pela nossa terra, que aliás procurou sempre para seu veraneio e da sua família, decerto encantado com esta deslumbrante paisagem e talvez recordando a sua infância já tocada pela auréola da arte, a casinha modesta onde desabrochou o seu famoso talento.
A sugestão aqui fica, à espera de quem a ponha em prática. Afigura-se-nos de fácil realização.

Festas Populares

O «Imperial-Jazz» sempre utilizou a patinagem para fazer bailes populares. O primeiro foi no dia de santo António e parece que para o S. João haverá marchas fogueiras etc. Ainda bem que alguém se lembra de utilizar aquele simpático recinto para fazer qualquer coisa que lembre ao povo a existência de sede da Banda.
O Imperial também está ensaiando uma récita e, a despeito de todos os contratempos, Fernando Moreira persiste em apresenta-la breve. Será este rapaz que saiu do antigo grupo “Rosa”, um possível continuador dos seus êxitos? Vontade não lhe falta e aqui lhe enviamos o nosso incitamento, pois Colares precisa mais do que nunca do esforço dos seus filhos para não perecer no atoleiro de indiferença em que nos vamos afundando.
Na Várzea faz-se a festa da tarde de S. João com a Banda de Almoçageme. Porque não tocará também a de Colares, alternadamente?

(Nota este número foi censurado)

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