2007/06/24

O Preço da Independência

Aspiramos ser independentes ……….é normal !
A independência absoluta ……..…é uma utopia !

Qual a verdade desta imagem? ….. Não sei!

Talvez indagar primeiro …. O que se entende por independência?
Ou doutra forma … Quantas “caras” tem a independência? … Qual a face da moeda voltada para a reflexão ?
- Valores
- Princípios
- Simbologia
- Economia
- Família
- Militar
- Profissional
- …..

Tão poucas palavras ……….e tanta confusão! Tanto que gostaria de saber escrever…
……., mas não sei, que pena!

Queria ser capaz de soltar algumas linhas sobre a relação que parece existir entre os dias monocórdicos que vivemos e a crescente falta de independência dos nossos actos
…….. mas não tenho, que pena!

Queria ser capaz de entender porque se caminha para a falência da opinião própria, despreocupada, responsável, tranquila e livre
…….. mas não tenho, que pena!

Queria ser capaz de verificar se existe alguma cumplicidade entre a falta de afectos no relacionamento humano e a necessidade de possuir bens materiais
……… mas não tenho, que pena!

Queria ser capaz de compreender a valorização do supérfulo sobre o necessário ..........
e o respeito religioso em desrespeitar o outro …... que praticamos!
………mas não tenho, que pena!

Como parece longe a ideia de que “ TODA A GENTE É PESSOA”

Será que o tempo e o espaço que sofregamente engolimos nos retira a “ paz” para saborear com prazer o exercício da liberdade consciente?

Ou será que somos retirados democraticamente dessa “paz” ?

Ou, será que nos retiramos deliberadamente dessa “paz” ?
A sombra da auto-retirada surge cada vez mais negra na areia da praia no final de cada maré,….. e porquê?
Porque,….. quando voluntária e conscientemente preferimos o cómodo ao incómodo, a facilidade à responsabilidade, o hoje ao amanhã ……….estamos a despejar no alto mar o nosso futuro …. procurando ostensivamente não querer ver que os nossos filhos começam necessariamente dentro de nós.

Respeitando o direito de não querer ver, ainda assim podemos questionar; onde mora o querer, a vontade, a auto-estima, a essência do ser humano do século XXI?
É doloroso admitir que viva paredes meias com os empréstimos:…. da casa, do carro, das férias, do computador, ….. sob o mesmo telhado de vidro moído de sonhos e separada por paredes de ilusões secas por ventos de indiferença…. numa dança infinita dum baile onde somos criados de servir.

Onde estão as manhãs de luz, harmonia e vida …. das famílias “sem história” ?

Onde estão as tardes dos profissionais independentes, motivados e empenhados?

Onde estão as noites dormidas serenamente ….. embalando sonhos de crer e querer?

Quando dei por mim acordei ……….. que pesadelo!!!! Que confusão!!!
Olha se isto fosse verdade? Ainda bem que acordei….. foi só um sonho.

Bom, toca a levantar! …já estou atrasado!
Pensando em coisas sérias …….
já falta pouco para as férias!!!!
…. bendito subsídio que nunca mais chegas! só tenho uma coisa para resolver, …. como comprar aquele Plasma em promoção……. com o cartão não pode ser porque já atingi o limite do crédito, …….. a não ser que arranje outro ……..

É isso … problema resolvido! ….. e no entretanto lembrei-me de ter lido,

“…Não sei o que faço
Não sei o que penso,
O frio não passa
E o tédio é imenso …”

“…Partilho a lucidez de quem se sente cada vez menos ”in”
e cada vez mais “pendente”…”

….. e a independência continuou sem preço!……….


Jacinto Luz

1 comentário:

Anónimo disse...

Continuando a dar luz ao pessoal senhor Jacinto.