PASSEIO A PÉ PELOS “TRILHOS DA ÁGUA DE SINTRA"
No último domingo 17 de Fevereiro teve lugar mais um passeio a pé – os “Caminhos de Collares” – promovido pela nossa Junta de Freguesia.
Após, segundo dizem os meteorologistas, uma das maiores secas dos últimos 90 anos, foi preciso agendarmos um percurso a pé com o tema “Trilhos da Água de Sintra”, para nesse dia cair uma enorme chuvada. Mas não fez mal e até ajudou os quase 40 caminheiros a descobrirem os caminhos algo secretos que acompanham a água na nossa região.
A serra de Sintra é como que uma enorme rede de captação de água, que foi construída ao longo de muitas centenas de anos. Das mães-de-água e minas existentes, partem escondidas condutas e canalizações que abastecem fontes e reservatórios que abastecem as populações.
Foi isso que fomos descobrir, mas falemos um pouco da história da água na nossa freguesia.
Em Colares, existiram pelo menos três pequenas empresas de comércio de águas. Uma delas, na Vila de Colares, onde fica actualmente a Quinta do Sr. Cornélio da Silva; outra junto ao Convento dos Capuchos (cujas ruínas ainda podemos observar), que comercializava a água da Fonte das Damas; e outra no Banzão. Quanto a esta última, sabemos que em 16 de Fevereiro de 1905, foi pedida, por Joaquim Camacho Rodrigues, a concessão da “Água Mineral do Monte Banzão”. Esta água era engarrafada num anexo da casa do proprietário do Monte Banzão, através de um cano de ferro que ligava esse anexo ao poço. A água deixou de ser comercializada em 1913, por diminuição do caudal que se deveu a aluimentos de terras resultantes dos fortes abalos sísmicos de 1908.
A “Fonte das Damas” – bem perto do convento dos Capuchos – ainda é propriedade do Sr. Jorge Silva Jr. Em tempos idos a água era transportada por burros em bilhas de barro e vendida na Vila de Sintra e nas praias da região. Em 1937 foi construída a sua fachada, que ainda hoje se encontra no interior das ruínas. Depois da morte dos proprietários, a comercialização desta água foi encerrada, tendo os descendentes tentado, sem êxito, o retomar da actividade. Mais tarde, em 1984, a “Fonte das Damas” foi alugada a Ahmed Ebraim, de origem indiana – também proprietário de “Centro Comercial de Alvalade” –, que construiu a actual fábrica. A água era então engarrafada e vendida em garrafas plásticas, tanto no país como no estrangeiro. Problemas com a banca e outros obrigaram, novamente, ao encerramento do negócio, até hoje.
Aqui fica mais um pouco da história da nossa freguesia, mas o melhor é vir descobrir connosco, a pé, o muito que temos de interesse e único na zona mais ocidental e mais bela da Europa.
Inscreva-se nos nossos passeios a pé.
No último domingo 17 de Fevereiro teve lugar mais um passeio a pé – os “Caminhos de Collares” – promovido pela nossa Junta de Freguesia.
Após, segundo dizem os meteorologistas, uma das maiores secas dos últimos 90 anos, foi preciso agendarmos um percurso a pé com o tema “Trilhos da Água de Sintra”, para nesse dia cair uma enorme chuvada. Mas não fez mal e até ajudou os quase 40 caminheiros a descobrirem os caminhos algo secretos que acompanham a água na nossa região.
A serra de Sintra é como que uma enorme rede de captação de água, que foi construída ao longo de muitas centenas de anos. Das mães-de-água e minas existentes, partem escondidas condutas e canalizações que abastecem fontes e reservatórios que abastecem as populações.
Foi isso que fomos descobrir, mas falemos um pouco da história da água na nossa freguesia.
Em Colares, existiram pelo menos três pequenas empresas de comércio de águas. Uma delas, na Vila de Colares, onde fica actualmente a Quinta do Sr. Cornélio da Silva; outra junto ao Convento dos Capuchos (cujas ruínas ainda podemos observar), que comercializava a água da Fonte das Damas; e outra no Banzão. Quanto a esta última, sabemos que em 16 de Fevereiro de 1905, foi pedida, por Joaquim Camacho Rodrigues, a concessão da “Água Mineral do Monte Banzão”. Esta água era engarrafada num anexo da casa do proprietário do Monte Banzão, através de um cano de ferro que ligava esse anexo ao poço. A água deixou de ser comercializada em 1913, por diminuição do caudal que se deveu a aluimentos de terras resultantes dos fortes abalos sísmicos de 1908.
A “Fonte das Damas” – bem perto do convento dos Capuchos – ainda é propriedade do Sr. Jorge Silva Jr. Em tempos idos a água era transportada por burros em bilhas de barro e vendida na Vila de Sintra e nas praias da região. Em 1937 foi construída a sua fachada, que ainda hoje se encontra no interior das ruínas. Depois da morte dos proprietários, a comercialização desta água foi encerrada, tendo os descendentes tentado, sem êxito, o retomar da actividade. Mais tarde, em 1984, a “Fonte das Damas” foi alugada a Ahmed Ebraim, de origem indiana – também proprietário de “Centro Comercial de Alvalade” –, que construiu a actual fábrica. A água era então engarrafada e vendida em garrafas plásticas, tanto no país como no estrangeiro. Problemas com a banca e outros obrigaram, novamente, ao encerramento do negócio, até hoje.
Aqui fica mais um pouco da história da nossa freguesia, mas o melhor é vir descobrir connosco, a pé, o muito que temos de interesse e único na zona mais ocidental e mais bela da Europa.
Inscreva-se nos nossos passeios a pé.
Prof. António Miranda
Sem comentários:
Enviar um comentário