2007/12/15

Caminhos de Collares

BOSQUES SECULARES DE COLARES

No último Domingo 9 de Dezembro, a INVENTURA em colaboração com a Junta de Freguesia de Colares, realizou mais um passeio a pé que levou trinta participantes a conhecer a magia de locais quase secretos da nossa freguesia onde ainda podemos encontrar deslumbrantes Bosques Seculares. Apesar dos fogos catastróficos que no século passado destruíram uma boa parte dos nossos bosques e da pressão urbanística existente, ainda subsistem algumas manchas de carvalhos robles, carvalhos negrais, castanheiros, amieiros, medronheiros, sobreiros e outras espécies com portes imponentes e muitos anos de vida. Nesses pequenos bosques de encantar, as cores quentes e suaves do Outono decoram quadros de rara beleza que nos transportam para um reencontro com o imaginário da inocente magia da nossa infância e das histórias da “Branca de Neve” ou da “Bela Adormecida”. É quase como se as lendas e mitos tivessem fugido das páginas dos antigos livros e depois pousado nos Bosques mágicos e seculares de Colares.
Não esquecendo toda esta nostálgica magia, diríamos que o micro clima aqui existente permite o crescimento de uma exuberante e variada flora que possibilita uma riquíssima biodiversidade. No fundo, estas pequenas zonas de antigos bosques, são retratos vivos de uma boa parte da história da nossa região e dos humanos que a têm ocupado.
Todavia, a morte lenta destas relíquias parece estar anunciada. A falta de limpeza das matas, a progressiva invasão de espécies infestantes (acácias, pitosporos, etc.) e a falta de uma verdadeira acção de reflorestação com espécies nativas, fazem-nos ficar muito pessimistas quanto ao futuro. Desfrutemos pois da magia e encanto dos bosques de Colares, mas redobremos a nossa militância e atenção na sua preservação.


António Miranda

1 comentário:

Pedro disse...

Conheço estes caminhos desde muito miúdo e visito-os regularmente gozando os bocadinhos de mata que não ardem há mais de 50 anos. Dantes havia quem apanhasse lenha, havia a recolha da resina dos pinheiros, havia vários rebanhos de cabras, havia vários industriais de verdura que todas as manhãs era exportada para Lisboa. Agora todas essas actividades são proibidas. A limpeza da mata, o abate de árvores em más condições ou em condições perigosas, o controlo de infestantes exigem licenças específicas do PNSC que podem demorar (caso comprovado) mais de um ano a ser emitidas e representam um esforço e despesa a fundo perdido que nem todos podem suportar. Enquanto não se encontrar uma solução para a mata ela está, de facto, a morrer lentamente. Aproveitemos estes excelentes passeios enquanto eles são possíveis. Óptimas fotos!