Memórias da Nossa Terra

Em 04 de Março de 1994, o nº. 50 do Jornal A Pena publicava o seguinte sobre a nossa Freguesia.

(Excelente trabalho sobre José Fernandes Badajoz do qual passamos um excerto) 

 

Viagens na minha terra

José Fernandes

O Poeta Cavador do Mucifal

“Falar de José Fernandes Badajoz é falar de alguém que tem dedicado toda a sua vida em rol dos outros, trocando o êxito pela agricultura, mas que é um monstro de vitalidade na cultura popular de Sintra.

José Fernandes, natural da belíssima localidade do Mucifal detentor de criatividade ímpar. Com 13 anos de idade, cria o mais celebre dos seus temas –O Cavador, que viria a arrastar multidões de norte a sul do país, tal o impacto que o tema despertou nas décadas de 40, 50 e 60, pelo facto dos seus versos serem duma simplicidade extraordinária e o José Fernandes o interpretar como ninguém, servindo-se de uma voz melodiosa, pura e bem timbrada, segura e com uma postura física que só ele conseguia transmitir.

Poeta, cantor e compositor musical, o José Fernandes – O Poeta Cavador do Mucifal, criou imensos êxitos, com a sua simplicidade das ciosas que retratava e, independentemente de não saber uma nota de música, musicava-os e cantava-os. Na década de 40, encontrava-se no auge do seu êxito, os jornais do país destinavam curiosas e entusiásticas notícias em caixa alta, à carreira deste artista. De êxito atrás de êxito, ia deliciando o país, bisando e trisando nos espectáculos o tema do Cavador, sempre com aquele bom humor, alegria e clareza artística, numa organização do Rádio Clube Português, com coordenação dos espectáculos a cargo de José Oliveira Cosme.

Mas o ambiente artístico profissional, já nessa altura, envolvido em invejas e ciúmes, leva este homem simples e grande artista, a afastar-se definitivamente do percurso profissional. Assim José Fernandes, não se deixa arrastar pelo fascínio da fama e do êxito profissional, vindo-se a entregar, cada vez mais, à sedução mágica do campo, trocando a fama e a riqueza por uma vida autêntica e honrada como agricultor. Porque segundo as palavras de José Fernandes:

“Porque gosto desta lida

 Nunca a poderei deixar “