Quanto Vale Uma Amizade???
Certo dia, em Maio de alguns anos atrás, em pleno coração da selva africana, um jovem comandante, quase ainda menino, preparava-se para mais uma missão.
A missão era bastante arriscada, tal como tantas outras, consistia em dar protecção a um grupo de pessoas indefesas. O seu pelotão já bastante reduzido pela morte doença e ferimentos, lá se preparava para o cumprimento de mais uma arriscada missão.
O jovem comandante, naquela manhã sentia o mundo desabar sobre o seu corpo já cansado de tanto penar. Um ataque de paludismo tinha tomado conta de si. O seu corpo não obedecia às ordens emanadas pelo seu cérebro.
Mas, a vida de muitas pessoas poderia depender daquela missão, e os pouco colegas que restavam, estavam quase todos na mesma situação, sendo quase desumano pedir uma substituição.
No instante em que se preparava para partir, ardendo em febre e pedindo a Deus que lhe desse forças para mais um sacrifício, surge-lhe pela frente o seu colega e amigo “Pereira”. O seu velho amigo ainda dos tempo de recruta, dizendo-lhe que seria impossível ele aguentar uma missão tão dura e arriscada como aquela, prontamente se ofereceu para partir em seu lugar.
Apesar da insistência do jovem, o amigo “Pereira” não hesitou e exclamou “Quem vai fazer essa missão sou eu e tu farás outra por mim.
Depois sorriu...e disse:
“Nossa Amizade Vale Isso!...”
Foi a última vez que o viu, durante longos meses.
Uma mina traiçoeira tinha rebentado no seu “Hunimog” onde seguia, ceifando a vida a três jovens e ele tinha “escapado” quase por milagre mas com danos irreparáveis.
Passado um longo tempo e ainda no hospital numa difícil recuperação, o “Pereira” foi visitado pelo seu amigo.
Suas palavras foram estas:
“Ainda bem que fui eu, porque se fosses tu frágil como estavas, não tinhas sobrevivido...”
Seu Amigo, num momento de dor e desespero desatou num pranto, como se de uma criança se tratasse...
Ele o “Pereira” nunca recuperou totalmente.
E eu, que fui o protagonista deste terrível episódio, tenho vivido todos estes anos com um grande sentimento de culpa.
Por isso, nunca me canso de gritar bem alto:
A missão era bastante arriscada, tal como tantas outras, consistia em dar protecção a um grupo de pessoas indefesas. O seu pelotão já bastante reduzido pela morte doença e ferimentos, lá se preparava para o cumprimento de mais uma arriscada missão.
O jovem comandante, naquela manhã sentia o mundo desabar sobre o seu corpo já cansado de tanto penar. Um ataque de paludismo tinha tomado conta de si. O seu corpo não obedecia às ordens emanadas pelo seu cérebro.
Mas, a vida de muitas pessoas poderia depender daquela missão, e os pouco colegas que restavam, estavam quase todos na mesma situação, sendo quase desumano pedir uma substituição.
No instante em que se preparava para partir, ardendo em febre e pedindo a Deus que lhe desse forças para mais um sacrifício, surge-lhe pela frente o seu colega e amigo “Pereira”. O seu velho amigo ainda dos tempo de recruta, dizendo-lhe que seria impossível ele aguentar uma missão tão dura e arriscada como aquela, prontamente se ofereceu para partir em seu lugar.
Apesar da insistência do jovem, o amigo “Pereira” não hesitou e exclamou “Quem vai fazer essa missão sou eu e tu farás outra por mim.
Depois sorriu...e disse:
“Nossa Amizade Vale Isso!...”
Foi a última vez que o viu, durante longos meses.
Uma mina traiçoeira tinha rebentado no seu “Hunimog” onde seguia, ceifando a vida a três jovens e ele tinha “escapado” quase por milagre mas com danos irreparáveis.
Passado um longo tempo e ainda no hospital numa difícil recuperação, o “Pereira” foi visitado pelo seu amigo.
Suas palavras foram estas:
“Ainda bem que fui eu, porque se fosses tu frágil como estavas, não tinhas sobrevivido...”
Seu Amigo, num momento de dor e desespero desatou num pranto, como se de uma criança se tratasse...
Ele o “Pereira” nunca recuperou totalmente.
E eu, que fui o protagonista deste terrível episódio, tenho vivido todos estes anos com um grande sentimento de culpa.
Por isso, nunca me canso de gritar bem alto:
UM AMIGO É PARA SEMPRE
E
E NADA É DEMAIS PARA OS NOSSOS AMIGOS
V.Cara D'Anjo
6 comentários:
Hello from a blogger down under in NEW ZEALAND. I was surfing the blog world when your blog popped up. I cannot understand your language, but I had a look at your photos. I like the old photos the best, especially the oxen/haymaking photo.
What country are you from ?
Quantas mais destas histórias haverá para contar, infelizmente muitos destes casos foram abafados para que as famílias nada soubesse.
O Governo de então, juntamente com a policia politica procuravam dar outro rumo ás coisas, fazendo crer ao povo que era apenas uma questão de manter a ordem.Na realidade os nossos jovens morriam sem saberem ao certo o quê e quem defendiam.
Triste episódio este da nossa história. Passados tantos anos, ainda há gente que quer fazer crer que nada se passou, quando tudo se podia ter resolvido politicamente e em Paz e poupado tanto sofrido e dor.Hoje dia combatente, quero tambem prestar a minha Homenagem, ás centenas e centenas de jovens que morreram em combate simplesmente POR NADA.
Obrigado senhor V.cara d'anjo, por perpetuar a memória de tantos heróis que morreram no anónimato.
Foram anos terríveis, muitos de nós fugimos para o Estrangeiro. Não foi talvez a melhor opção, mas naquela altura ouviamos falar dos horrores daquela estupida guerra, a solução foi o exílio.
Kelvin, we are from a small village called "Colares", in Portugal.
We have a great beach for surfing "Praia Grande" and a beatiful country.
Visit Portugal !
(sorry my english!)
Susana
"O Governo de então, juntamente com a policia politica procuravam dar outro rumo ás coisas,"
Era mesmo mau, o governo de então. Diga-me só um governo que seja que em situação de guerra não censure a informação e não esconda o número de baixas. Talvez os seus amigos capitalistas (EUA) e comunas (URSS)? Não me faça rir, minha senhora (leia-se chorar).
"Na realidade os nossos jovens morriam sem saberem ao certo o quê e quem defendiam."
Os nossos jovens morriam mais de acidentes de viação do que em combate, até porque militarmente ganhámos a guerra à excepção da Guiné, e tinhamos tudo sob controlo até o Sr. Soares e seus amigos terem mandado retirar e entregar aquilo aos movimentos pró-soviéticos (e lá foram mais umas décadas de guerra por causa disso, fora a desgraça em que cairam milhares de famílias brancas e negras, "retornados" e não só). Os nossos jovens eram informados, além disso, da razão daquela guerra: defender parte do nosso território e cidadãos portugueses (brancos e negros) que estavam a ser atacados pelos terroristas da FNLA, etc.
"muitos de nós fugimos para o Estrangeiro."
Em vez de defenderem portugueses brancos e negros como vós que estavam a ser atacados e prestes a cair nas mãos das potências imperialistas que tudo sugaram e nada construiram (URSS e EUA)? Seus cobardolas!
"Não foi talvez a melhor opção, mas naquela altura ouviamos falar dos horrores daquela estupida guerra,"
Todas as guerras são estúpidas, mas aquela não fomos nós que começámos, foram os americanos e os russos que armaram bandos de terroristas para passarem a ser eles a explorar os recuroso naturais desses territórios. Nós ao menos ainda construimos lá escolas e hospitais, os americanos e os russos apenas deixaram que tudo se partisse e caísse na miséria. Foi para evitar este estado de coisas que os portugueses corajosos combateram. "Estúpido" seria não defender as populações brancas e negras que qeriam continuar a ser portuguesas e que eram a maioria.
Paulo Rodrigues
Com tudo isto, quase me esquecia do mais importante: dizer ao autor deste comovente post (com o qual me empertiguei noutro post pela escolha de um poema que a meu ver não faz justiça ao esforço heróico dos nossos ex-combatentes) que não se sinta culpado, pois se tivesse morrido não estaria agora aqui a dar testemunho deste acto heróico e inspirador para qualquer ser humano. Bem hajam, você e o seu heróico camarada pela lição de vida que a vossa história nos deu a todos!
Paulo Rodrigues
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