2006/11/09

Quinta do Fêmeas

QUINTA DO FÊMEAS – BOCA DA MATA – PENEDO – COLARES
Entre a aldeia do Penedo e a Quinta da Bela Vista (Teixeira Marques), na encosta da Boca da Mata (no séc. XVII: lugar da Boca da Mata, afastado da Vila de Colares a um tiro de mosquete, tem 26 “vizinhos”), que termina em Colares na proximidade de Milides, situa--se a Quinta do Fêmeas onde outrora, em socalcos, um pomar de sequeiro com várias espécies de fruta e alguma vinha, era a sua grande riqueza.
No cimo da quinta, junto à estrada para a Bela Vista e ao caminho que a circunda até Colares, desfruta-se um deslumbrante panorama.Ali, erguia-se um majestoso edifício do séc. XVII com capela anexa, hoje parcialmente em ruínas.
Consta que ali residia um eclesiástico do Convento de Santa Ana da Ordem do Carmo.
Na publicação “Sintra - a paisagem e suas quintas” de edições Inapa,1989, pág. 46, da cozinha e enquadrada pelas cantarias de uma janela com conversadeiras (cantarias que entretanto se desmoronaram), está inserida uma fotografia ali feita e que abrange todo o Convento.
No centro da referida cozinha, existia uma alta e espectacular cantaria de secção rectangular com faces bujardadas e de esquinas em amaciado que meus olhos cobiçaram. Enquanto a quinta pertenceu à família, não tive a ousadia de a guardar; alguém, entretanto, já o fez: guardou-a ou levou-a…
Por me referir pertencer à família, ela realmente entrou na posse de um comerciante e agricultor do Penedo, “Casimiro Pinto da Costa (meu avô) com loja de Mercearia e Fanqueria – Cereaes, legumes, farinhas, semeas, vinhos e bebidas alcoolicas – Adubos, palha enfardada, enxofre, sulfato e louças de barro – Penedo”.Com referência a esta Quinta, com surpresa, encontrou-se há pouco tempo, entre as páginas de uma Bíblia de sua filha (Leonilde d’Assunção Pinto da Costa Santos), uma carta do seu genro, Filipe Amâncio dos Santos, técnico metalúrgico no Arsenal do Alfeite (Penedo/Colares, a pé; Colares/Sintra, de eléctrico; Sintra/Lisboa Rossio, de comboio; Rossio/Praça do Município, de eléctrico; Praça do Município/Alfeite, de barco; ida e volta, diariamente…) e anarco--sindicalista que, da Sala 2 da Cadeia do Aljube, em Dezembro de 1937 lhe escrevia: “…mandei um esboço da planta da Quinta (do Fêmeas) … foi o que pôde arranjar, como sabe, as medidas não as tenho e sem elas nada se pode fazer, mas tantos tratos dei à imaginação que saiu o que se vê… Eu calculei a área em três vezes e meia a Tapada (17.640 m2), a Tapada tem 5.040 m2, as confrontações não sei delas… só me lembro de Masiot… mas deve ser MAZZIOTTI…, foi tudo muito depressa…”.
O que será um dia a Quinta do Fêmeas da minha infância? Agora na posse de outros proprietários, as suas ruínas regenerar-se-ão? E meus netos irão saber?
-Recolha de Filipe Pinto da Costa Santos

6 comentários:

Anónimo disse...

O texto deve ser muito interessante, mas como tem muitas letras não dá "pica" lê-lo.

Anónimo disse...

Não há geito!!!!!!!!!!!!!!
Tem muitas letras...não dá pica lê-lo????????
´

PD

Anónimo disse...

é com tristeza que venho a saber que tudo esta a cair. pois muitos anos por ai passei. é uma pena ver a casa que era e agora ve-la assim.até faz pena.

Anónimo disse...

é triste ver a casa que era e agora esta a cair.muitos anos ai passei junto dela.é com magoa que vejo as fotos.

Anónimo disse...

Realmente a malta está habituada a ver só os bonecos, e esta notícia tem uma concentração de letras demasiado elevada.
C.F.

Anónimo disse...

é com enorme tristeza que vejo as ruinas dessa enorme casa.Quem a viu e quem a vé agora.tantos anos de enfancia por a li passei.é triste ver que ninguém faz nada.