2006/12/16

Legião Portuguesa

No seguimento da nossa noticia "Legião Portuguesa" e para que os mais novos tenham um melhor conhecimento do que foi esta organização paramilitar constituída numa altura complicada da vida Portuguesa, achamos por bem dar alguns esclarecimentos.
Cara D'Anjo
A Legião Portuguesa (LP) foi uma organização paramilitar, criada em Portugal em 1936, 15 anos depois de Hitler ter fundado na Alemanha as SA (em 1921), o famoso grupo paramilitar dos camisas castanhas que foi determinante na sua subida ao poder em 1933. A Legião Portuguesa era uma milícia que estava sob a alçada dos Ministérios do Interior e da Guerra. O seu objectivo era "defender o património espiritual" e "combater a ameaça comunista e o anarquismo", de acordo com a ideologia do Estado Novo (Portugal). Durante a Segunda Guerra Mundial, a Legião Portuguesa foi a única organização oficial portuguesa que adoptou e defendeu abertamente as intenções de Hitler para a Europa.
A partir de meados da Segunda Guerra Mundial a Legião Portuguesa recebeu a missão de coordenar a Defesa Civil do Território. Essa missão manteve-se mesmo depois do fim da Guerra e, sobretudo a partir da entrada de Portugal na
NATO
, acabou por tornar-se a principal função da LP.
Nas
décadas de 1950 e 1960, a sua acção policial caracterizou-se pela colaboração com a PIDE na repressão às forças da oposição, para a qual contribuiu o seu Serviço de Informações e a sua vasta rede de informadores. Foi também utilizada como força de choque na repressão de manifestantes e de instituições tidos por oposicionistas ao regime.

3 comentários:

pedro macieira disse...

Uma outra actividade dos legionários,era assegurar que durante os processos "eleitorais", os mortos votassem.....tendo equipas devidamente organizadas com as certidões de óbito, de mesa eleitoral em mesa eleitoral...

Anónimo disse...

É bom que não esqueçamos!


AP

Anónimo disse...

Apesar de ainda se encontrarem alguns saudosistas destes tempos, a verdade é que já muito poucos conseguiriam voltar a viver um regime de repressão.
Esperemos que organizações como esta permaneçam presas na História e que, com mais ou menos abundância, continuemos a viver uma democracia onde é possível criticar, mas também intervir para melhorar (o que deveria acontecer mais).