Publicado no Diário de Noticias de 06-04-2007
Cientista português recebe prémio milionário
António Jacinto, nascido e criado na Freguesia de Colares
Já não o fazia há algum tempo, mas na semana passada António Jacinto abriu uma garrafa de champanhe. A ocasião não era para menos. Especialista em genética, líder de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, António Jacinto ganhou um dos prémios científicos mais importantes (e um dos maiores) a nível internacional: o Human Frontier Science Program Award, o que quer dizer um milhão de dólares (cerca de 700 mil euros).
Havia no entanto outra razão forte a pedir o champanhe. É que esta era a terceira vez que o cientista português estava concorrer a este prémio. E para dar razão ao adágio, "à terceira foi mesmo de vez", como diz o próprio António Jacinto a rir.
O dinheiro, que premeia um projecto e tem obrigatoriamente que ser investido na investigação científica, vai ser repartido entre os três grupos que colaboram no projecto. Um é o do IMM, liderado por Jacinto, outro está na universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, e é coordenado por Shane Hutson, e o terceiro, liderado por Wayne Brodland, é da universidade canadiana de Waterloo."
Estamos agora a discutir entre nós como vamos distribuir o dinheiro do prémio", adianta António Jacinto. Mas, uma coisa o investigador português sabe. Parte da verba que cabe ao seu grupo já tem destino. "Vamos comprar um microscópio mais sofisticado e mais potente para desenvolver a nossa parte do trabalho", diz.
Mesmo não tendo a totalidade do dinheiro, a parte que aí vem "é uma boa folga, que permite um investimento um pouco maior do que o habitual, já que os financiamentos correntes são sempre à conta".
Depois, há o prestígio que um prémio como este confere. "Havia mais de 500 candidatos, fomos um dos 25 projectos premiados", explica António Jacinto.
Haverá a cerimónia internacional de entrega do prémio e, depois, mãos trabalho. Há ali pesquisa (e verba) para três anos de actividade.
A ideia do projecto é compreender e, a partir daí, construir um modelo teórico que descreva (e permita portanto fazer previsões) sobre um processo que é ainda muito obscuro para os cientistas: o da reparação dos tecidos orgânicos quando eles são danificados por uma ferida, por exemplo. Os três grupos envolvidos no projecto vão utilizar embriões de moscas da fruta - "muito cómodos porque nos permitem fazer manipulações genéticas", nota António Jacinto - para trabalhar nesta questão minuciosa e complexa.
A parte genética será feita no IMM pelo grupo português, os canadianos e americanos vão contribuir com a parte computacional do projecto. "Graças a um software desenvolvido por um dos outros grupos, vamos poder modelizar o processo de reparação dos tecidos e trabalhá--lo a nível computacional", explica o investigador português.
Dentro de três anos, os cientistas esperam ter feito descobertas significativas, que se traduzam na publicação de artigos científicos com impacto nos conhecimentos nesta área da ciência. Sem dúvida, boas metas.
Cara D'Anjo e Susana
6 comentários:
Muitos Parabéns ao cientista. è bom saber que há pessoas tão competentes em portugal e, o que é mais raro, a trabalhar em Portugal, onde este tipo de pesquisa é tão dificil.
É Bom sabermos estas coisas, e ainda quando é alguem da nossa terra, mais orgulhosos ficamos.
Parabens ao ganhador.
Belchior
Desculpem dizer isto, mas este blog não tem dado "pica". Animem lá a gente....
É bom saber que os nossos conterrâneos recebem prémios assim e por méritos destes, agora o que era muito interessante era conhecer o nosso "patricio", façam, se fôr possivel obviamente, uma biografia, rapidinha mesmo, e deem a conhecer mais um bom Sintrense (?) ou Colarense (?)
P Domingos
Concordo que era interessante sabermos do percurso académico e pessoal deste nosso cientista. Uma fotografia não é certamente difícil de conseguir, uma vez que o seu pai, Domingos Claudino Jacinto mora na freguesia e certamente terá todo o orgulho do mundo em dar informações interessantes sobre o seu filho. Parabéns também a estes pais, que a esta hora deverão sentir um enorme orgulho no filho que têm.
Ana
Bastou um nome e mais alguem passou a conhecer melhor este nosso conterrâneo, por acaso ao saber o nome do Pai (que eu conheço desde sempre, assim como a seu avô paterno o sempre lembrado António Canastra - das bicicletas da Praia das Maçãs, quem daqueles tempos não se lembra?) vi logo que era conhecido mas eu o conheço e os outros?
Façam uma "forcinha" e mandem para cá uma resenha da biografia.
P Domingos
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